Não venha Homem, me propor todo prazer do mundo, em todos os mimos ou toda a atenção. Não quero saber de flores ou bombons, nem quaisquer versos sedutores ou elogios rasgados. Não quero pompa de jóias, nem exibição de luxo. Não procuro que a opinião ou os gostos sejam sempre os meus. Não quero escravos.
Nem mesmo venhas dominar, falar demais, mostrar postura, ser decidido, ser poderoso. Não quero tapas ou jogos sem pudor, não sou masoquista.
Ah... Se pretendes ter contigo uma mulher maravilhosa, Homem, tem que adentrar o seu universo, o próprio universo do homem.
Tem que estar cansado da brincadeira de escritório. Tem que sentir aquela secura dos dias que se levam em vão, que desperdiçam em rotinas absurdas a tua perfeição, Homem. Deveras, todos sentem isso, porém tem de senti-lo acordado.
Inquieto e acordado tens que ir onde ainda podes resgatar a tua arte. Tens que procurar o fim do Homem: a vida ou a morte. Chega de atividades meio.
A vida do homem tão violada... Tu deves resgatá-la, Homem. Deves ter coragem de se abrigar em um campo de refugiados, de ir ao pronto socorro público, de olhar as ruas por que andas, olhar os pequenos delinqüentes, os pequeninos “Da Vincis” violados.
Tu deves conhecer o gosto das religiões, das etnias, das línguas e lugares, alheio a adversidades. Homem, siga pelas florestas já não tão virgens.
Aprende a participar da morte. Morte das senhoras milenares que tantas vezes te purificaram o ar. Tu deves perceber a morte de teu mundo, tua casa. E mais, deves participar da morte do Homem. Vá, homem, vá ao encontro dos moribundos, acaso não é serviço mais útil do que pilhas de papéis e letras rígidos? Qual serviço mais importante eu devolver a dignidade do Homem que morre uma vida de indigno? Mais inconcebível que jogar o homem no lixo é transformar a sua dignidade em lixo.
Quanta dignidade roubada quando se transforma o Homem em assassino de sua própria terra, de seu verde, de sua fonte vital. Suicídio indigno.
Acaba com a dignidade dos homens a troca de Bethoveen e Jobim nas rádios por uns ruídos pitorescamente fúteis. Macula a dignidade humana a edição da pornografia e do sensacionalismo, quando os tesouros de Torquato, Cecília, Sheakespeare são inacessíveis a tantos que mereciam lê-los. Quanto ao sensacionalismo, estes maculam mais ainda o homem porque fazem comércio com sua própria dor, a dor da humanidade acabada.
È indigno que todo e qualquer ridículo receba o nome de música. É indigno quando morre algum Vinícius por ser ele analfabeto. E os pequenos Einsteins que morrem de fome?
Quanta indignidade humana quando se chega ao ponto do homem ter por maior medo o próprio Homem e abster-se da dignidade de sua liberdade.
Homem, eu sou a delícia que te espera. Sou eu quem dará sentido a tua vida e tua morte e comigo terás prazer. Sou a tua dignidade Homem, sou tua mulher maravilhosa e só quando me conquistares é que serás digno de ser amado por alguma mulher de tua espécie. (A.L. 24/003/09)
segunda-feira, 30 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Á beira do esquecimento
Á beira do esquecimento
Minha dor é tão forte
a beirar o esquecimento
Minha dor é a morte
De infindos lamentos.
Pois, se há uma lágrima
esta rega a esperança.
Mas se já não há nada,
esvaece a lembrança.
Qual dor maior
que a do esquecer?
se esta é dor do não mais,
do nunca,
do perder.
Ai memória perfeita
que não deixa a dor se guiar
E o esquecer e dor não se encontram
Nem pode o sofrer findar.
Coração, algoz de seu dono
a rir-se da dor que inflama.
Esquecer é a dor da morte
A da vida é a dor de quem ama.
A.L. 03.03.09
Minha dor é tão forte
a beirar o esquecimento
Minha dor é a morte
De infindos lamentos.
Pois, se há uma lágrima
esta rega a esperança.
Mas se já não há nada,
esvaece a lembrança.
Qual dor maior
que a do esquecer?
se esta é dor do não mais,
do nunca,
do perder.
Ai memória perfeita
que não deixa a dor se guiar
E o esquecer e dor não se encontram
Nem pode o sofrer findar.
Coração, algoz de seu dono
a rir-se da dor que inflama.
Esquecer é a dor da morte
A da vida é a dor de quem ama.
A.L. 03.03.09
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